sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Para as nossas podas ou para nos cuidar ou para abrir caixas

Wal,
Queria te dizer isso olhos nos olhos, bem claro, com você e sua voz tranquilas quietas, mudas. Para escutar. Queria sentir sua reação. Saí da redação correndo, fechei os dois cadernos e fui na sua casa. Bati e você não estava – lembrei que você tinha ido a praia e lhe conhecendo imaginei que dormia-, liguei e atedeu uma pessoa de voz estranha ( era a Mary). Então resolvi escrever.
Mas leia isso como se me ouvisse. Calada, muda, quieta...sem comentar..depois conversamos.
Na primeira semana desse ano conheci uma pessoa. Por duas semanas tivemos encontros maravilhoso, conversas intermináveis. Por-do-sol, achei que finalmente aquela minha melancolia tinha sucumbido, que aquela estranha sensação de nada tinha esvaziado, que eu estava pronto, que .....nasceu uma paixãozinha, uma vontadse de explodir...ai como fazia tempo que não sentia isso..que não queria rasgar tudo o que sentia, tudo que ia dentro e percorria meus vetrículos e átrios e neurônios e veias e artérias e ossos.... que eu tava tremendo...que as borboletas voltaram... que eu não andava mais.......
....ai veio o sumiço (sem despedidas, mas as pessoas nunca tem coragem de se depedir de nós, saem da pior maneira possível. Sem adeus, sem gestos. É sempre um xau inexeqüível).
Então veio os velhos questionamentos.
Mas aí Wal, aconteceu o motivo da carta.
Eu lembrei que nessas duas semanas eu tive uma coragem que tinha sumido dentro de mim. Abri caixas, recebi móveis antigos, fui no apartamento vazio, entrei em cada comodo, vi cada objeto, cada foto, abri um baú cheio, carregado, abarrotado de lembranças, de acontecimentos passados que eu, e só eu minha amiga, ainda lembrava, ainda queria vive-los. Abri, vi e percebi cada um , senti o cheiro de cada lugar, voltei a cada espaço, a cada gesto, a cada toque de pele. Me arripiei novamente, chorei novamente. Mas não sofri. Ao comtrário, foi prazeiroso encontrar um passado que teve seus momentos felizes, queimei o que tinha de queimar, joguei o que tinha de jogar e guardei o que podia ser guardado para lembrar..sempre! por que qualquer que sejam os motivos, é preciso lembrar, sempre.
Aí wal, é que está! mesmo com o sumiço da novidade, mesmo sem as conversas intermináveis com quem eu acabava de conhecer, não tinha mais minha melancolia, aquela estranha sensação de nada tinha esvaziado. Foi estranho sentir isso. Mas foi bom. Muito bom. Alegre.
Aí wal e percebi que mesmo sem motivos as borboletas tinham voltado.
Então, fui ao show do tal de Vander Lee....as músicas falaram o que eu já sabia...que estou podando meu jardim..... e sentar do lado das pessoas, vê-las e percebe-las como são....porra, puta que pariu..... você sabe por que os palavrões e imagina eu querendo conter os gestos aqui, sorriso meia boca e os olhos arregalados falando pra você na porta do quarto. Imagine, olhe para sua esquerda e me veja na porta do seu quarto, gritando isso...exaltado.......
Agora, deixa eu dizer por que tô escrevendo isso.
Por que wal eu descobri, que por mim. É por mim. Deve ser por nós. Por que eu descobri que me tenho, minha vida está de volta. Não importa se não teve adeus, não importa que se a novidade só durou o tempo de continuar novidade. Vai ver entrou na minha vida para ser alavanca da abertura das caixas, da ida ao apartamento vazio.
Eu tinha esquecido de cuidar de mim mesmo. O tempo todo, desde que conheci Marcelo. Me apaixonei tanto, amei tanto que fiquei obtuso para mim mesmo por tanto tempo. E porque, minha amiga, você se meteu em paixões prestes a explodir, em amizades tão intensas, em amores tão....tãooo.... que esqueceu de cuidar de você. Nosso jardins precisam de poda wal...uma poda significativa.
E poda aqui minha amiga não significa se afastar dos outros, de quem julgamos mal, de quem a gente nção que ta perto ou nos afastarmos de quem não quer estar perto da gente ( você sabe de quem e o que estou falando).
Falo na poda de nos mesmo, as nossas arestas, o nosso eu, a nossa vontade, os desejos, a não correspodência as expectativas – e falamos tanto que não somos obrigados a corresponder as de ninguém e exigimos que os outros correpondam as nossas.
Não to justificando o comportamento dele, nem o dela. Longe de mim.
(Pausa para fazer as chamadas de capa do jornal)
Só esou querendo dizr que prciso nos redescobrir. Fizemso todo o possível. Durante três anos amei M, de verdade, com coração. Palnejei minha vida ao seu lado, sempre. Durante anos você ama, E.... sente, vibra! viajo para longe so para sentir o cheiro dos cabelos.
A pergunta wal é: quando viajaremos para nos sentir e quando projetaremos as nossas vidas ao nosso lado?

Um comentário:

Waleska Dacal disse...

A pergunta insiste...quando?So far so close!